O Blog do Google Brasil
Novidades sobre os produtos e a tecnologia do Google no Brasil e no mundo
Quatro princípios para supervisionar as plataformas de compartilhamento de conteúdo
25 junho, 2019
Em todo o mundo, autoridades e legisladores procuram maneiras de garantir a supervisão eficiente de plataformas de compartilhamento como redes sociais e sites de vídeo. Nas últimas semanas, países como Austrália, Singapura e Reino Unido propuseram ou apoiaram legislações nesse sentido. O Google tem o compromisso de contribuir com a discussão, por meio de ações e palavras. Na semana passada, assinamos, ao lado de outras empresas, o manifesto
Christchurch Call to Action To Eliminate Terrorist and Violent Extremist Content Online
(Convocação Christchurch para Eliminar Conteúdo de Terrorismo e Violência Extremista da Internet). Também aderimos a outros códigos voluntários do setor, a exemplo do
Hate Speech Code of Conduct
(Código de Conduta sobre Discurso de Ódio) e do
Code of Practice On Disinformation
(Código de Práticas para o Combate à Desinformação), da União Europeia.
Entretanto, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio neste momento em que uma série de propostas diferentes vêm sendo discutidas em todo o planeta. Reconhecemos a importância de orientações claras, mas até mesmo as diretrizes mais bem intencionadas podem causar consequências involuntárias e prejudicar as possibilidades de criação, comunicação, pesquisa e compartilhamento de informações e opiniões. O Google já divulgou sua opinião sobre
regulações
relativas a outras áreas que vêm sendo avaliadas pelas autoridades:
privacidade
,
inteligência artificial
e
vigilância pelo governo
, por exemplo. Mantendo esse espírito de transparência, gostaríamos de falar sobre nossas ideias para a supervisão de plataformas de compartilhamento de conteúdo.
Nosso compromisso
Temos o compromisso de atingir o equilíbrio certo, todos os dias, nos produtos e plataformas do Google. Esses serviços permitem navegar por quantidades gigantescas de material e informações, e conectam pessoas a conteúdos úteis e interessantes. Nossa missão sempre foi encontrar e apresentar essas informações para os usuários. Por isso, temos vasta experiência com material irrelevante ou agressivo – não importa se a pessoa procura instruções sobre como consertar uma torneira ou notícias confiáveis e atualizadas sobre os últimos acontecimentos internacionais.
Há anos trabalhamos para
eliminar a ampla gama de conteúdo inadequado
que atinge a internet: pequenos golpes, vídeos que prometem dinheiro fácil,
informações enganosas
e até material absolutamente abominável, como
abuso sexual infantil
. Reagimos rapidamente aos avisos válidos sobre conteúdo ilegal específico, e nossa política contém instruções claras sobre o que é ou não é permitido em nossas plataformas. Atualmente, usamos tecnologia e também seres humanos para avisar quando há conteúdo inadequado e garantir o respeito às nossas regras. Entretanto, é preciso ter em mente que cada produto tem uma finalidade diferente, e por isso as regras não são (e nem devem ser) idênticas para diferentes plataformas. Mesmo assim, seguimos aprimorando constantemente essas práticas,
de maneira ampla e generalizada
. Um exemplo: recentemente, o YouTube publicou uma versão atualizada do
Relatório de Cumpimento
das
Orientações para a Comunidade
, lançou uma
revisão aprofundada
da nossa estratégia de combate a informações enganosas e
atualizou
a plataforma para reduzir a recomendação de conteúdo limítrofe ou de conteúdo que possa induzir usuários ao erro e prejudicar pessoas.
Estruturas jurídicas e novas estratégias
Em outro post recente, escrevi sobre estruturas jurídicas específicas para combate a
conteúdo ilegal
na internet. Existem diversas leis relativas ao conteúdo de diferentes serviços – de proteção ao consumidor a difamação, passando por regras de privacidade. Essas salvaguardas são fundamentais, e apoiam o fluxo livre de informações, inovações e
crescimento econômico
. As leis determinam de que forma as empresas devem cumprir sua responsabilidade jurídica e vigiar as plataformas – permitindo, ao mesmo tempo, que as pessoas se comuniquem dentro dos limites legais. Leis do tipo Bom Samaritano também são essenciais: graças a elas, as plataformas podem procurar e tirar do ar, por iniciativa própria, conteúdos duvidosos.
Orientações adicionais para plataformas de compartilhamento de conteúdo, como é o caso do YouTube, devem ter a função de complementar as leis existentes, e não de substituí-las. As pessoas gostam do YouTube justamente porque
qualquer usuário, em qualquer lugar, pode dizer o que pensa
. Essa é a grande diferença entre essa plataforma e a imprensa tradicional – e é justamente por isso que precisamos de novas estratégias.
Mas as novas estratégias devem reconhecer as diferenças consideráveis que existem entre serviços com tamanhos e finalidades diversas. É preciso diferenciar redes sociais, plataformas de compartilhamento de vídeo e outros serviços que têm a finalidade de proporcionar a comunicação com um público amplo dos outras atividades online – atendimento a empresas, armazenamento de arquivos e e-mail. Cada uma dessas vertentes exige regras específicas.
Quatro princípios
O Google acredita que a supervisão das plataformas de compartilhamento de conteúdo deve obedecer a quatro princípios fundamentais. Esperamos que os responsáveis por esse debate e pelas tomada de decisões de grande importância avaliem em compreendam nossa posição.
1. Estabelecer regras claras sobre o que é conteúdo intolerável
Os governos têm a obrigação de deixar clara, para empresas e cidadãos, a linha que separa discurso legal do ilegal, usando processos democráticos que estabeleçam definições inequívocas sobre o que constitui um conteúdo ilegal. Restrições são necessárias e devem ser aplicadas de forma proporcional, com base em definições claras e riscos baseados em evidências; essas restrições devem ser definidas após uma consulta às partes interessadas no debate. Elas precisam ser claras e vir associadas a avisos de fácil compreensão sobre conteúdos específicos – e são essenciais para ajudar as plataformas a agir sempre que necessário.
Além disso, as próprias plataformas de compartilhamento devem desenvolver e fiscalizar o cumprimento de políticas sobre conteúdo que pode ou não ser publicado. Tais políticas devem estabelecer um limite mínimo do que se espera dos usuários, e dizer claramente que tipo de conteúdo será retirado do ar ou levará a suspensão e encerramento de contas.
Algumas pessoas já sugeriram que os governos devem seguir uma estratégia mais ampla – por exemplo, punir um serviço quando ele não conseguir prever situações em que discursos legais e legítimos possam se tornar problemáticos. Acreditamos que essa postura permitiria a governos e autoridades restringir o acesso a informações legítimas, sem transparência e até de forma arbitrária. Embora as plataformas tenham a obrigação de ser transparentes e garantir o cumprimento das políticas de conteúdo, os governos também precisam ser transparentes e dizer, com clareza e sem dubiedade, que tipo de conteúdo é considerado intolerável.
2. Determinar padrões de transparência e melhores práticas
A transparência é o ponto de partida para medidas eficazes e para um debate bem-informado. Pensando nisso, há oito anos lançamos o
Relatório de Transparência
. Desde então, ampliamos cada vez mais nosso trabalho nesse sentido. As plataformas de compartilhamento devem trabalhar com governos e outras partes interessadas para, juntas, oferecerem informações claras e compreensíveis sobre processos de retirada de conteúdo, canais para reclamar e recorrer das decisões, medidas adequadas aos pedidos de revisão e registro de resultados.
Os governos precisam ser flexíveis. A tecnologia não é estática, e comunicação entre as pessoas muda constantemente. A supervisão das plataformas de compartilhamento deve apoiar as melhores práticas, promover a pesquisa e incentivar a inovação. Um exemplo: se há algum tempo dependíamos do recebimento de avisos sobre conteúdo relacionado a terrorismo, hoje a identificação e retirada de grande parte desse material do YouTube é identificada por nossos computadores. A parceria entre o Google, outras empresas, governos e sociedade civil no
Global Internet Forum to Counter Terrorism
(Fórum Global de Combate ao Terrorismo na Internet) ajudou muito nesse sentido.
Em última análise, leis que restrinjam excessivamente a possibilidade de agir (prazos iguais para diferentes plataformas retirarem conteúdo do ar, obrigação de usar tecnologias específicas, multas desproporcionais) acabarão por limitar o acesso a informações reais e legítimas, prejudicando a inovação. Mais do que isso: medidas como essas poderiam até sufocar start-ups e pequenas empresas.
Além de considerar as diferenças entre os vários serviços, é preciso levar em conta as distinções entre os tipos de conteúdo. Material que contenha abuso sexual infantil, por exemplo, deve ser ilegal – sempre. Mas é preciso entender e colocar em contexto a diferença entre um discurso de ódio e uma notícia que fale sobre um discurso de conotação política.
3. Enfrentar erros e problemas sistemáticos e recorrentes, e não falhas isoladas
É importante centrar esforços na punição de falhas sistemáticas e recorrentes, e não em problemas isolados e individuais. Também é fundamental usar estratégias baseadas em dados para entender se esses erros isolados representam exceções ou indicam problemas de maior porte. O enfrentamento a conteúdo problemático é semelhante à segurança da informação: até os melhores esforços serão imperfeitos, e sempre haverá pessoas mal-intencionadas, “bugs” e erros novos a serem combatidos. Por isso esse trabalho exige colaboração.
Quando houver indícios de que uma plataforma está falhando repetidamente no combate a avisos válidos sobre conteúdo ilegal ou no cumprimento aos padrões que ela mesma declara respeitar, pode ser necessário organizar um grupo multidisciplinar para conduzir uma revisão independente. Esse grupo recolheria e apresentaria provas das falhas e forneceria instruções claras sobre como solucionar o problema. Caso o fornecedor do serviço não adote as soluções sugeridas, deverá sofrer punições adequadas. Se houver provas de falhas sistemáticas, as empresas devem ter a possibilidade de apresentar argumentos e evidências diante de um fórum neutro de arbitragem, demonstrando, por exemplo, que respeitam os direitos humanos internacionais.
4. Incentivar a cooperação internacional
As nações devem considerar a natureza multinacional das plataformas modernas, reconhecer a capacidade das pessoas se comunicar e acessar informações produzidas e disponibilizadas por usuários de outras partes do mundo e compartilhar melhores práticas entre si – evitando estratégias conflitantes que possam resultar em obrigações e punições desproporcionais.
Dito isso, vale ressaltar que cada país deverá tomar decisões próprias em relação ao que é ou não aceitável, com base em suas tradições jurídicas, na história e nos valores locais, respeitando as obrigações estabelecidas pelos direitos humanos internacionais. É possível que conteúdo ilegal em um país seja legal em outro. Nenhuma nação deve impor as próprias restrições aos cidadãos de outra.
O surgimento de novas plataformas de internet mudou nossa maneira de obter e compartilhar informações – quase sempre para melhor, mas às vezes para pior. As instituições tradicionais ajudaram a organizar, selecionar e compartilhar informações valiosas para a sociedade, mas o advento da internet fez com que os modelos existentes tivessem de se transformar. Estamos animados para continuar esse trabalho em parceria com outras organizações interessadas no debate, e para contribuir com a importante tarefa de criar novos sistemas, instituições e leis capazes de promover informações confiáveis e úteis para os usuários.
Postado por Kent Walker, vice-presidente sênior de Assuntos Globais, Google
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