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Blog do Google Brasil

Pequenas & Médias Empresas

Sprinters digitais: impulso ao crescimento em mercados emergentes



Pessoas e comunidades do mundo todo estão diante de desafios únicos: pandemia, recessão econômica sem precedentes, aumento da demanda por equidade e intensa pressão sobre os recursos financeiros. 

Os efeitos dessa mistura explosiva afetam sobretudo os mercados emergentes. Muitos deles enfrentam dificuldades para gerenciar a pandemia, com escassez de recursos para a saúde pública e maior vulnerabilidade econômica. Ainda assim, esses mercados estão entre aqueles com as economias mais vibrantes e com maior nível de energia empreendedora do mundo. Com as políticas adequadas, eles podem se transformar em plataformas ideais para inovações futuras. Este momento desafiador pode ser a ocasião perfeita para essas economias criarem uma agenda ambiciosa de transformação digital, usando suas iniciativas de recuperação imediata para obterem ganhos econômicos sustentáveis. 

Um estudo recente revelou que quase um entre três pequenos empresários dos EUA está usando ferramentas digitais para salvar sua empresa durante a crise da Covid-19. Nos mercados emergentes, as tecnologias digitais também têm sido uma salvação: uma estilista de roupas plus size em Manaus, um fabricante de instrumentos musicais em Istambul e a proprietária de uma pousada em Durban conseguiram manter suas atividades graças às tecnologias digitais e ao comércio online.

Chamamos essas economias emergentes de “sprinters digitais”, porque, ao se tornarem mais digitais, elas têm o potencial de sair à frente e acelerar o desenvolvimento econômico. Com base nas nossas experiências, acreditamos que os governos e o setor privado devam se concentrar principalmente em quatro áreas, conforme descrito em um relatório que publicamos hoje:

- Capital físico: envolve infraestrutura e conectividade digital. Trata-se não só do investimento, mas também da gestão da infraestrutura; 


- Capital humano: os países precisam de uma abordagem ampla à capacitação de pessoal, segurança do emprego, empreendedorismo e combate à discriminação;

- Tecnologia:
aumento da utilização de dados digitais, inteligência artificial e computação em nuvem, que potencializam o crescimento das tecnologias de próxima geração. Com isso, abrem-se novas oportunidades, além de novas questões sobre a melhor forma de aproveitar essas tecnologias;


- Competitividade: políticas que promovam mercados competitivos e abertos, normas regulatórias interoperáveis e regimes fiscais previsíveis e baseados em normas internacionais.

Reconhecemos que nossas recomendações refletem apenas uma das perspectivas possíveis em relação a um sistema de políticas públicas para a transformação digital. Esperamos que o relatório ajude a promover avanços nas discussões sobre o crescimento impulsionado pelo digital entre governos, sociedade civil, organizações internacionais, instituições acadêmicas e empresários.

Além do relatório sobre políticas, comissionamos um estudo à consultoria AlphaBeta para estimar o potencial impacto da transformação digital sobre os “sprinters digitais”. Os resultados mostram que ela pode gerar 3.4 trilhões de dólares em valor econômico nos mercados emergentes até 2030. Em níveis nacionais, isso se traduz em 617 bilhões de dólares no Brasil, 318 bilhões de dólares na Arábia Saudita e 175 bilhões de dólares na Nigéria, para citar alguns exemplos. O relatório também identifica os setores e políticas mais cruciais para cada uma das economias. 

O momento atual pode ser um divisor de águas para os mercados emergentes. Com a perturbação da ordem mundial e a interrupção das cadeias de suprimentos causadas pela Covid-19, eles têm a oportunidade de se transformar e ressurgir como atores de mais peso. Esperamos que os relatórios publicados hoje possam ajudar os responsáveis por decisões a aproveitar essa oportunidade.